quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mário Sperry: “Estudei Jones para duas lutas, e ainda não achei ponto fraco nele”

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Treinador de Vitor Belfort na Blackzilians, Zé Mario Sperry “enfrentou” Jones pela segunda vez. Primeiro, esteve no camp de Rashad Evans, que acabou derrotado por pontos. Em seguida, treinou Belfort para destronar o campeão, e quase o Fenômeno surpreende no 1º round, mas Jones escapou da chave de braço e manteve o cinturão. Em entrevista ao PVT. Em entrevista ao PVT, Sperry lamentou nova derrota, mas foi só elogios a Jon.

“Estudei o jogo de Jones por duas vezes, e estou para achar um ponto fraco nele. Usa uma estratégia para cada atleta que enfrenta, usa bem o wrestling, o muay thai, sabe manter a distância com a envergadura. Acho que não cometerá novamente o erro que cometeu contra o Vitor. Claro que ele é humano, pode errar algum dia, pode não estar bem naquela noite. Mas ainda não aconteceu, e acho difícil alguém derrotá-lo agora”, analisou Zé Mario.

Na entrevista completa abaixo, o líder da Blackzilians relembra a luta, aponta os erros técnicos da chave de braço aplicada por Belfort, comenta mais sobre o campeão Jones, e opina se Vitor deve buscar a revanche.

“A decisão é dele, mas acho melhor descer. Ele já mostrou para os fãs e para o UFC que, se precisarem dele, estará lá. Lutar na meio-pesados com atletas grandes como Lyoto, Shogun, e o próprio Jones, pode não ser bom pra ele, é arriscado. Nos médios sofre com a perda de peso, mas luta mais rápido, mais forte”, pontua Sperry.

Confira o bate-papo abaixo.

Como viu o desempenho do Vitor?

O desempenho foi positivo, de maneira geral. Jones é um grande campeão, um dos maiores atletas que o esporte produziu. Vinha lutando na categoria de cima, aceitou o desafio em cima da hora. E ainda colocou o Jones em perigo, algo que ninguém tinha conseguido. Dana White elogiou muito a luta, os fãs lamentaram a derrota, mas elogiaram muito também.

Vocês treinaram muito aquela chave de braço?

Muitos não sabem, mas Vitor ficou praticamente toda a preparação sem treinar jiu-jitsu. Fazia alguma movimentação após os treinos, com o Gilbert Durinho e comigo, praticava algumas posições, inclusive o ataque de braço, mas nada demais. Aquilo de ir no braço foi instinto mesmo, o cara é faixa preta do Carlson Gracie.

Viu algum erro técnico na posição?

Acho que se ele coloca a mão direita mais para dentro da perna, fecha mais o joelho e gira, o Jones caía e o braço quebrava. Mas no momento queria usar a força, o que é um erro comum. Acabou que ele deu uma cansada, o que prejudicou a velocidade para tentar a luta em pé.

Então a estratégia era mesmo investir na trocação?

Montamos a estratégia em cima do que poderíamos fazer. Fizemos muita manopla, muito treino aeróbico. Quase não treinamos chão, como eu disse, só na semana da luta, e algo bem light, como plano B. A estratégia era mesmo tentar a luta em pé, não era segredo. O Vitor viu a oportunidade no chão e tentou vencer ali.

Acha que Vitor insistiu demais no jiu-jitsu, e se arriscou a levar aquelas cotoveladas do Jones?

Cada um sente seu próprio cansaço, sua própria dor. Como deu aquele ataque no braço, só conseguia enxergar o jiu-jitsu, porque chegou muito perto. Ele não conseguiu aceitar que tinha perdido aquele golpe, e quase inconscientemente buscava a finalização. E como é muito bom no jiu-jitsu, achou que aquele era o caminho.

E a vitória já estava vindo no primeiro round, ele surpreendeu Jones, que foi quem levou a luta para baixo.

É, Jones começou quedando, mas depois, durante a luta, passou a buscar a passagem de guarda, viu que o Vitor estava cansado. No quarto round, o Vitor puxou para a guarda, mas o Jones acabou caindo no 100 quilos, com o braço do Vitor por baixo das pernas. Aí, não teve jeito, acabou dando a americana.

Acha que Vitor deve buscar a revanche já na próxima luta,ou precisa voltar para os médios?

A decisão é dele, mas acho melhor descer. Ele já mostrou para os fãs e para o UFC que, se precisarem dele, estará lá. Tapou um buraco grande para o UFC, e reverteu até o sentimento pelo Jones, que foi aplaudido no fim, por resistir à finalização. Pode acontecer a revanche, mas acho que o caminho mais rápido é lutar na categoria de baixo. Se for campeão, desafia o Jones. Lutar na meio-pesados com atletas grandes como Lyoto, Shogun, e o próprio Jones, pode não ser bom pra ele, é arriscado. Nos médios sofre com a perda de peso, mas luta mais rápido, mais forte.

Aquela chave de braço mostrou que o fraco de Jones é o chão?

Acho que não. Estudei o jogo de Jones por duas vezes, para a luta contra o Rashad Evans, e agora para a luta contra o Vitor. Estou para achar um ponto fraco nele. Usa uma estratégia para cada atleta que enfrenta, usa bem o wrestling, usa bem o muay thai, sabe manter a distância com a envergadura. Se ficar longe dele, ele te chuta, te alcança com os punhos. Se você se aproxima, ele queda, e uma vez no chão, você tem um cara de 1,95m, soltando cotoveladas, e com base de wrestler. Mostrou contra o Shogun que não é raspado, tem boa base de jiu-jitsu também. E acho que não cometerá o erro que cometeu contra o Vitor. Claro que ele é humano, pode errar algum dia, pode não estar bem naquela noite. Mas ainda não aconteceu, e acho difícil alguém derrotá-lo agora.

Vitor voltará a treinar com vocês na Blackzilians?

Acredito que sim. Ele vai para Las Vegas, ficar com a família e passear. Quando acabar o descanso, se prepara para voltar para cá.

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